BREVE DE NOTÍCIAS

II ENCONTRO DE MULHERES INDÍGENAS OCORRERÁ EM ASSU

- Finalmente um encontro indígena será realizado em Assu - região em que vivem remanescentes indígenas dos grupos Ikó e Tarairiu, nas comunidades indígenas Banguê e Caboclos de Assu. A maioria dos encontros realizados no Rio Grande do Norte até então ocorriam em cidades litorâneas. Além disso, ao que tudo indica, as comunidades indígenas do litoral de nosso Estado (Amarelão, Katu e Aldeia Trabanda) encontram maior facilidade para interagir entre si do que com seus parentes Tapuy'ya do centro de Paranã do Norte. A distância e a maior dificuldade. Particularmente gostei da idéia. Nossos parentes cujos ancestrais corajosamente sobreviveram à Guerra dos Bárbaros também devem mostrar que estão firmes na reconstrução e preservação de suas culturas.
Os grandes morubixaba Janduí e seu filho Kanindé talvez sejam os mais corajosos guerreiros indígenas da história do Nordeste brasileiro. Ambos lideraram uma imensa nação de índios Tapuy'ya - subdivididos em diversos grupos, dentre os quais os Xukuru - que incomodou profundamente os portugueses que invadiam e tentavam dominar as terras da capitania do RIo Grande. Durante a Guerra dos Bárbaros (final do século XVII - início do século XVIII), cerca de 4.000 índios Potiguara, outrora aliados dos invasores ibéricos, rompem aliança com Portugal e fortalecem as revoltas lideradas por Janduí e seu irmão Karakara. Após a morte do "rei" Janduí e com a expulsão dos holandeses do Brasil, Kanindé assume a liderança de cerca de 6.000 índios, dois mil dos quais manuseavam armas de fogo e montavam cavalo melhor que os soldados holandeses. Só após a morte de Kanindé (que morreu de morte morrida) é que as revoltas contra a dominação cristã-portuguesa passaram a esmorecer.
DIA DOS ÍNDIOS NA ALDEIA KATU (CANGUARETAMA / RN)
- Cheguei na aldeia por volta das 13:00 horas e fiquei sabendo que pela manhã, cerca de 6 ônibus foram visitar à comunidade. Um dia antes, a equipe da TV Cabugi havia comparecido à aldeia para filmar e entrevistar os caboclos para matéria a ser veiculada bem cedinho, no dia 19 de abril.
Durante a tarde, apenas alguns pesquisadores vieram visitar a comunidade. Realizamos uma pajelança de purificação, dirigida pelo Paié Guaracy Pajé Catu, conversamos sobre a história e a situação atual da comunidade, sobre o papel da FUNAI no Estado (críticas construtivas e observações importantes), sobre educação indígena, II Encontro de Mulheres Indígenas e outros temas. Após a conversa, houve Toré Sagrado e degustação de comidas e chás nativos.
Outros estudantes universitários começaram a chegar por volta das 17:00 horas, para as atividades noturnas. Parabéns, Aldeia Katu. Que o Grande Munhangara continue iluminando a todos vocês valorosos Potiguara.

Comentários

  1. maitei che iru Tapy'a...
    Asúpe Ikó etá ndoiko puera;;;
    Mava pe aipo Pajé Katú?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

FEITIÇO: O LIVRO DO MESTRE

PALESTRA NA OKA DO JUREMÁ

BIBLIOGRAFIA BÁSICA PARA O ESTUDO DO CATIMBÓ-JUREMA