ENCONTRO ENTRE CABOCLOS: IGAPÓ, CEARÁ MIRIM E MENDONÇA DO AMARELÃO

Em uma bela sexta-feira, 13/08/2010, pelas nove da manhã, saímos da escola municipal Irmã Arcângela (bairro do Igapó, Zona Norte), em direção ao município de Ceará Mirim. Eu, Alcides Sales e outros amigos. O professor Alcides levou algumas dezenas de alunos para visitar comunidades de remanescentes indígenas.
Nossa primeira parada foi no povoado de Rio dos Índios, em Ceará Mirim. Lá juntaram-se a nosso grupo alguns caboclos e caboclas, com os quais nos dirigimos à comunidade Mendonça do Amarelão, localizada em João Câmara. Foi um encontro muito bonito. Uma irmã, freira, que desenvolve trabalhos sócio-culturais com os Mendonça, já nos aguardava, junto a uma lider da comunidade.

Fomos recebidos pela orquestra da comunidade, com músicas embaladas por flautas e violão. Após linda recepção, vieram nossos agradecimentos: o professor Alcides convidou-me para participar, junto a ele, um professor de língua Guarany e alguns de seus alunos de uma apresentação, na qual puxamos, ao som de maracás e percussão, linhas de Jurema e Toré.
Alcides discursou sobre Felipe Camarão. No dia 24 de agosto deste ano, na 7° Brigada, haverá uma comemoração na qual estarão presentes índios da Baía da Traição e estudantes de algumas escolas da cidade do Natal: os militares elevaram o Índio Poti ao patamar de Herói Nacional.

Felipe Camarão, no século XVII, aliado à coroa portuguesa, rebelou-se contra os holandeses que tentavam conquistar o Brasil. Mesmo vitimado pela dengue, em 19/04/1648, Felipe Camarão - o Poti - guerreou ao lado de 2.000 "brasileiros", derrotando 5.000 soldados protestantes holandeses.

Quatro meses depois, o Índio Poti viria a falecer. Em 28/08/1648, tendo sido enterrado no Recife.

Depois de seu discurso, Alcides Sales me surpreendeu, convidando-me para dizer algumas palavras sobre a religião indígena - a Jurema Sagrada. Tentei dizer algumas coisas, fundamentais sobre o culto de matriz autóctone nordestina, mas minhas palavras foram deveras superficiais. Nada que caboclo já não soubesse...

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