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Mostrando postagens de agosto, 2011

HOMENAGEM A FELIPE CAMARÃO

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No dia 24 de agosto (dia em que faleceu o Índio Poty, em 1648), na capital do Rio Grande do Norte, ocorreram eventos em homenagem ao grande guerreiro Felipe Camarão. Na rua Felipe Camarão - Cidade Alta -, por volta das 9:30 da manhã, o Centro de Estudos Indígenas do RN e os alunos do grupo de Toré e Cultura Indígena da Escola Irmã Arcângela (bairro do Igapó, pátria do Índio Poty) iniciaram as atividades realizando um cortejo em homenagem ao grande herói Potiguara. Após o cortejo, com a chegada de membros da comunidade indígena Mendonça do Amarelão (João Câmara / RN), em frente às lojas Poty Livros, foi a vez de apresentarmos nossa dança sagrada - o Toré - reunindo Igapó e Amarelão. Iniciamos e encerramos o Toré com uma linha de Catimbó coletada por Mário de Andrade, na décade de 1920, nós catimbós da Cidade do Natal, que é mais ou menos essa: Dão Felipe de Arcoverde Camarão, Camarão Pitú-Assú! Camarão é vingador! ... Camarão é vencedor! ... Camarão sanguinador!

ATO CONTRA BELO MONTE

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Hoje, 19/08, realizamos nosso Ato Contra Belo Monte. O primeiro de outros que provavelmente ocorrerão. Ainda são poucos os indivíduos que se preocupam com o meio ambiente e com os povos indígenas, na capital do Rio Grande do Norte. Porém, acreditamos que essa situação irá mudar. A então chamada "esquerda" (seja evolucionista ou revolucionária), em sua maioria, preocupa-se mais com eleições, campanhas políticas tradicionais e revolução bolchevista anacrônica do que com questões de maior urgência, das quais a construção de Belo Monte é um exemplo. Justamente por isso, precisamos transcender a política tradicional e ultrapassada e dar origem a novas formas de manifestação e organização, articular insurreições culturais, zonas autônomas e espaços de resistência descentralizados em sintonia com os contextos global e local. Nosso ato contou com pouca gente. Entretanto, mais vale qualidade do que quantidade. Nos encontramos no Calçadão da João Pessoa por volta das 14:00 h

ENCONTRO DOS ESTUDANTES DA UVA COM OS INDÍGENAS DO KATU DOS ELEUTÉRIOS

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Sábado (13/08), alunos do Curso de Pedagogia da Universidade Vale do Acara ú (UVA), do município de Nova Cruz, visitaram, orientados pelo professor Rômulo Angélico, a comunidade indígena Katu dos Eleutérios (Canguaretama / Goianinha / RN). Realizamos três atividades durante nossa aula de campo na comunidade: 1° Conversamos com os professores Valda (Pedagoga graduada na UVA e pós-graduada em Psicopedagogia pela FAL) e Vando (Pedagogo formado pela UVA). Valda é coordenadora da Escola Municipal João Lino da Silva - a primeira escola indígena do Rio Grande do Norte. Nosso bate-papo foi muito rico: tratamos da história da comunidade, espiritualidade indígena e pedagogia diferenciada aplicada na escola. 2° Após a conferência realizada na escola indígena, realizamos uma caminhada ecológica no Katu. Tivemos, então, a oportunidade de observar a agricultura local; conversar com o primeiro homem a assumir-se indígena no Rio Grande do Norte (após quase duzentos anos de silêncio) - o Mori

ATIVIDADES DO MOVIMENTO INDÍGENA EM NATAL

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Por estar viajando a trabalho pelo interior do RN, estou antecipando a manifestação contra Belo Monte, em Natal / RN, para o dia 19/08. Portanto... - DIA 19/08, MANIFESTAÇÃO MUNDIAL CONTRA A CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE - CALÇADÃO DA JOÃO PESSOA ÀS 14:00 HORAS (CIDADE ALTA) DIGA "NÃO À BELO MONTE!" O MUNDO NÃO PODE PERMITIR QUE CRIME DE TAMANHA PROPORÇÃO SEJA COMETIDO! O XINGU NÃO SERÁ DESTRUÍDO EM BENEFÍCIO DE UM PEQUENO GRUPO EMPRESARIAL CAPITALISTA INTERNACIONAL (ALIADO AO GOVERNO BRASILEIRO), QUE PRETENDE ENRIQUECER ÀS CUSTAS DO SANGUE DE SERES HUMANOS E DA DEVASTAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. A CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE NO XINGU IRÁ ALTERAR O CURSO E A TEMPERATURA DO RIO - O QUE FARA COM QUE MILHARES DE PEIXES APODREÇAM; INUNDARÁ SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS E CENTENAS DE MILHARES DE HECTARES DE ÁREAS VERDES, COM SUA RESPECTIVA FAUNA E FLORA. OBRIGARÁ MAIS DE 40.000 ÍNDIOS E CABOCLOS DE DIVERSAS ETNIAS, QUE HÁ SÉCULOS VIVEM NO

ÍNDIOS DO SAGI (BAÍA FORMOSA / LITORAL SUL DO RIO GRANDE DO NORTE)

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Caríssimos leitores, ontem, pela primeira vez, visitei a comunidade indígena do Sagi, localizada no litoral sul do Rio Grande do norte, no município de Baía Formosa. O lugar é realmente bonito, limpo e agradável. Embora minha visita tenha sido muito rápida, pude conversar com alguns indígenas da comunidade, agendando visitas futuras. Os índios do Rio Grande do Norte, depois de tantos anos "ocultados" pela "historiografia tradicional", reapareceram. Alguns decidiram quebrar o silêncio violentamente imposto pela colonização. Lembro que em 2005 li textos nos quais se dizia que no Piauí e no Rio Grande do Norte não existiam mais índios. Hoje, porém, a realidade prova o contrário. Em breve terei maiores informações sobre a comunidade indígena do Sagi. Abraços para todos os parentes de lá! Viva os índios do Nordeste brasileiro! DIGA NÃO A BELO MONTE!

AS RAÍZES INDÍGENAS DO KA'ATIMBÓ-YUREMA

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Em meados de 2006 iniciei minhas pesquisas sobre os cultos comumente chamados "afro-brasileiros". Percorrendo parte do litoral norte-rio-grandense - especialmente os municípios de Canguaretama, Natal e Ceará Mirim, tanto em suas áreas rurais quanto urbanas - pude constatar que, por trás do termo "afro-brasileiro", encontra-se, em realidade, uma série de manifestações espirituais híbridas, "sincréticas", nas quais, ao menos no Rio Grande do Norte, a presença indígena se faz marcante. O que a Academia classifica "afro-brasileiro", o senso comum chama de: macumba, umbanda, catimbó, jurema, candomblé e Xangô. Para quem vê de fora, realmente, todos esses termos parecem significar uma mesma coisa, porém, há diferenças. CANDOMBLÉ é uma religião de origem africana, trazida ao Brasil pelos escravos. Em linhas gerais, o Candomblé cultua os Orixás, sendo cada Orixá uma personificação de determinada Força da Natureza. A UMBANDA é uma religião híbrida, nas

GRUPO DE ESTUDOS INDÍGENAS DO IGAPÓ

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O Grupo de Estudos Indígenas do Igapó continua em atividade. Ontem (05/08) realizamos ensaio de Toré, para apresentações que ocorrerão este mês (mais à frente divulgarei as datas). Antes do Toré, iniciamos as aulas de língua Guarany. Provavelmente às terças, 16:00 horas, esteremos nos reunindo na Escola Municipal Irmã Arcângela para estudar Guarany e dançar nosso fraterno Toré de Caboclo.

TUPI: NOSSA VERDADEIRA LÍNGUA (PARTE II)

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Nós, que vivemos no litoral brasileiro, deveríamos (re)aprender a língua matriz deste lugar - a língua mais falada na costa do Brasil, que resistiu bravamente às investidas européias até meados do século XVIII e que hoje, embora seja considerada equivocadamente "língua morta", ainda possui algumas centenas de milhares de estudantes e falantes: a língua Tupi. Neste blog já foram dadas algumas dicas - bibliografias - para pessoas interessadas em estudar o Tupi Antigo. Agora, deixo breves orientações para quem deseje aprofundar um pouco mais seus estudos sobre nossa Língua Ancestral. - O filme Hans Staden (lançado em 2000 e distribuido pela Riofilme; com direção, roteiro e produção de Luiz Alberto Pereira), trata da história do Alemão Hans Staden, que naufragou no litoral brasileiro, tendo sido aprisionado por índios Tupinambá em 1554, escapando por pouco de um ritual antropofágico. O filme foi todo gravado na língua Tupi, com alguns trechos curtos em português, alemão e franc