PRIMEIRA NOITE DE PROTESTOS CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM DOS ÔNIBUS: EMPRESÁRIOS E PREFEITURA ATERRORIZAM A SOCIEDADE COM VIOLÊNCIA GRATUITA
É verdade que a prefeita Micarla de Souza havia garantido que este ano não autorizaria nenhum aumento na passagem dos ônibus em Natal. Mas entre o povo e o "sindicato" dos empresários - SETURN - a prefeita preferiu, obviamente, o lado dos mais ricos, o lado dos que sobrevivem esmagando e sugando o sangue de milhares de trabalhadores e estudantes. Prefeitura de Natal e SETURN fecharam o circo: o aumento foi anunciado segunda feira de noite e na terça muita gente desceu do ônibus porque não tinha 20 centavos a mais, para engrossar o caldo dos capitalistas.
"De grão em grão a galinha enche o papo", diz um velho ditado...
O SETURN está dando mostras de que não está para brincadeiras! No dia do protesto, tentou mostrar aos estudantes quem realmente estava mandando: os parasitas recolheram os ônibus "circular" da UFRN, em clara retaliação aos participantes do movimento. Isso, obviamente, não deteve ninguém e a manifestação teve início por volta das 17:30, na parada do "secular", localizada ao lado do shopping Via Direta.
Os participantes do protesto contra o aumento ilegal das passagens (entre 600 e 800 pessoas) seguiram pela avenida Salgado Filho em direção ao shopping Midway Mall, mas, em frente à faculdade de odontologia (UFRN) a polícia militar deu asas à violência: bombas de gás lacrimogêneo e tiros de borracha, em defesa dos que assaltam o povo. "Polícia é pra ladrão, pra estudante não!", gritavam alguns estudantes. Mas não adiantou nada. "Missão dada é missão cumprida" - SETURN e prefeitura de Natal estão dando as cartas, mais uma vez. A polícia afirma que os manifestantes estavam com coquetel molotov - mas nós não vimos nenhum e nenhum dos entrevistados viu coisa semelhante. Uma jovem, porém, levou bala de borracha no rosto, segundo um dos manifestantes, e está hospitalizada. Ficou na rua desmaiada e a população local a ajudou. Outros estudantes e trabalhadores agonizaram com o gás lacrimogêneo e um fio de eletricidade foi rompido.
Vejam que coisa intrigante: os empresários e a prefeitura de Natal estão acima da lei. Impõem seus aumentos absurdos sem consultar a população e ainda somos obrigados a aceitar. Quem não aceitar, apanha! Toma bomba, tiro de borracha e quiçá eletrochoque! E o pior: quem discorda tem que ficar calado? Não há direito de expressar opiniões divergentes? Não podemos usar vias públicas para manifestar nosso desagrado com os serviço nojento dos transportes urbanos - serviço que nós sustentamos? ESTAMOS PAGANDO POR NOSSA ESCRAVIDÃO, NATAL! Abram os olhos! Não podemos aceitar esse tipo de imposição horrenda. Já chega! Vamos realizar manifestações bem programadas e descentralizadas - ficar três horas em uma mesma rua é dar a cara à tapa. Manifestações múltiplas, mais dinâmicas e nômades (agrupar, desagrupar e reagrupar em lugares previamente definidos em reuniões realizadas antes dos atos, conforme as necessidades de ação). Nada de sedentarismo. Vamos procurar os meios legais para denunciar esses empresários que assolam a sociedade natalense. Se a imprensa capitalista não nos da espaço, divulguemos nossos textos, fotos e vídeos na imprensa alternativa, impressa e virtual - mas não deixemos de denunciar a arbitrariedade e a violência com a qual estamos sendo recebidos por aqueles que em tese deveriam nos proteger.
Futura pastora Micarla de Souza, de cristã você não tem nada. Nem para Pôncio Pilatos você está servindo, já que nem lava as mãos nem deixa o povo julgar. O que está fazendo sentada nesse trono de ilusões? O santo pode ser de ouro, mas as pernas são de barro.
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