DIA 19 DE ABRIL: DIA DO ÍNDIO.

Transmito aos que me amam e aos que me odeiam - afinal, Deus faz o Sol nascer e a chuva cair para todos e todas, sem exceção, sejam ateus, satanistas, macumbeiros ou protestantes, e como imagem e semelhança de Deus é meu dever fazer o mesmo! - uma síntese do meu DIA DO ÍNDIO. Dia maravilhoso em que celebramos a cultura dos nossos ancestrais e a resistência daqueles que já viviam nesta terra antes dos invasores chegarem destruíndo as florestas, poluindo os rios, escravizando e exterminando milhares de seres humanos.

Por volta das 8:40 da manhã, cheguei na comunidade indígena Mendonça do Amarelão, localizada no município de João Câmara. Fomos eu, um professor de língua Guarany, um irmão membro da Fundação José Augusto e uma amiga artísta inserida nos trabalhos sociais em prol da Cultura Indígena. O encontro foi bastante produtivo: professores do município visitaram os alunos da comunidade, tendo sido recebidos pelo grupo de flautistas do Amarelão.

A apresentação das flautas foi seguida pelo Toré - dança sagrada de origem Tapuia-Xucurú aprendida pelos Potiguara do litoral do nordeste brasileiro. Após o Toré, foi realizada uma assembléia com os professores de João Câmara, na qual foram apresentadas propostas para inserir a educação indígena nas escolas locais. Como todos sabemos, agora é lei nacional: cultura indígena e afro-brasileira nas escolas! Mais um passo em direção ao fim do preconceito que índios e negros sofrem no Brasil e no mundo ocidental.

Por volta das 11:30 da manhã, saí da comunidade do Amarelão em direção ao município de Canguaretama, no litoral sul do Rio Grande do Norte. A partir das 13:30, minha companhia passou a ser apenas o Bom Jesus. Viajei cinco horas (duas viagens de carro e uma de microônibus, além de uma hora de caminhada) para chegar na comunidade indígena Katu dos Eleutérios.


Ao chegar no Katu, fiquei novamente muito feliz: os caboclos estavam comemorando o Dia do Índio em um terreiro com direito a Oka, Toré e Tapi'oka. Por algumas instantes pude ter uma noção de como viviam meus parentes Potiguara e Tapuy'ya antes da invasão européia. Lembro que a comunidade do Katu vem se destacando no processo de resgate da Cultura Indígena norte-rio-grandense. Na escolinha da comunidade as crianças aprendem a língua Guarany, os jogos e as danças indígenas.


Para finalizar esta postagem, quero agradecer ao Altíssimo Tupã por ter me concedido uma viagem segura em dia chuvoso, um Dia do Índio bastante festivo e instrutivo, e um retorno tranquilo à capital do Rio Grande do Norte.


500 ANOS DE INVASÃO NÃO FORAM CAPAZES DE EXTINGUIR NOSSA CULTURA! VIVA A CULTURA INDÍGENA! MAIS UM VIVA AOS ÍNDIOS DE TODAS AS AMÉRICAS!





Comentários

  1. kova iporã eterei che iru kuera. upéicha jejapovava. jaha tenondepe!!!!!!!

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  2. No dia do índio, comunidade de descendentes descreve rotina e aponta perdas após chegada dos brancos

    Hoje, comemora-se o Dia do Índio. Melodias já foram escritas para uma biografia que muitos conhecem, seja pelos livros de história ou pelas datas comemorativas. Mas, passada a semana de celebrações e contestações em torno dessa pequena parcela da população que, um dia, foi dominante no Brasil bem antes de 1500, a história se torna mais uma vez esquecida. No Brasil, ainda podemos encontrar tribos que buscam perpetuar elementos culturais como manda a tradição. Um exemplo no Rio Grande do Norte é a tribo Potiguara, da comunidade de Catu, que fica entre os municípios de Goianinha e Canguaretama (cerca de 85km de Natal).


    É importante lembrar que os Potiguara habitavam a costa brasileira entre os estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, em uma extensão de aproximadamente 2,4 mil quilômetros, tendo sido, portanto, os nossos primeiros habitantes. Ainda hoje, um dos hábitos tem sido acordar às 5h e participar de um café da manhã coletivo. Logo após, os homens saem para pescar e cuidar da colheita durante o dia, e as mulheres cuidam das refeições e dos animais. Já as crianças ficam na escola em tempo integral, onde estudam disciplinas durante a manhã, banho e almoço ao meio-dia e atividades diversas à tarde, como aulas de Tupi Guarani, flauta e dança, artesanato indígena e costumes indígenas.

    À noite, a comunidade se reúne em rodas de amigos para conversar, às vezes sobre histórias do passado da própria tribo. Em casa, a maioria dos índios tem televisão, outros geladeira e fogão. "Precisamos da televisão pra ficarmos informados do que acontece por aí", explica Vamdregefson Costa, 20 anos, descendente de índio da tribo, que conversou com a reportagem pelo telefone celular, outro elemento adotado da sociedade capitalista. Assim mesmo, a comunidade mantém seus ritos, como o Ritual da Lua, realizado em maio, e o Ritual da Jurema, a cada dois meses, quando é servida uma bebida à base de Jurema. "Seu corpo fica aberto para receber espíritos", explica Vamdregefson, reforçando que os índios perderam muito com a chegada do homem branco.

    "Perdemos privacidade, perdemos a beleza do lugar. E, sinceramente, não ganhamos quase nada com essa convivência", desabafa. Outro descendente de índio da tribo, José Luís Soares, 33, também frisa que manter a tradição é difícil, mas a comunidade tenta manter as memórias deixadas pelos antepassados. "Pescamos, caçamos, enfim, sobrevivemos de tudo que vem da mata atlântica. Nos esforçamos para que tudo seja 100% da natureza. Nós agradecemos todas as conquistas recebidas", explica.

    Assistência social

    Atualmente, a tribo conta com cerca de 1,3 mil habitantes, que recebem assistência na área da educação pelo programa Brasil Alfabetizado, do Governo Federal. As aulas incluem Tupi Guarani, com o objetivo de resgatar a língua nativa. Já a assistência médica ainda é bastante precária. Os índios recebem ajuda através do Programa Saúde da Família (PSF), do município de Canguaretama. "Já aconteceu de fazermos partos com parteiras daqui porque a ajuda não chegoua tempo", lembra José Luís. Buscando prezervar as raízes da tribo, Jussara Galhardo, coordenadora do projeto de extensão Paraupaba: a questão indígena no Rio Grande do Norte, vem lutando para que as raízes indígenas não se percam no tempo.

    A equipe de Jussara desenvolve desde 2000, Museu Câmara Cascudo, um estudo que demonstra a existência ainda hoje de índios no território potiguar. "Nós ajudamos a resgatar as crenças e tradições de cerca de três mil índios que ainda existem no estado", afirma. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), só existem índios sem contato com o homem na Amazônia.

    http://www.diariodenatal.com.br/2010/04/19/cidades2_0.php

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